Benvindo à área de conteúdo do site do fotógrafo e educador Danilo Russo. O texto aqui apresentado foi  originariamente publicado no PhotoMag, blog de conteúdo do IIF – Instituto Internacional de fotografia. Texto e pesquisa: equipe IIF

A EVOLUÇÃO DOS CARTÕES DE MEMÓRIA

Ter a melhor câmera do mercado não basta para ser um bom fotógrafo. É necessário também ter um cartão de memória de qualidade para salvar as imagens feitas. Um bom cartão de memória é fundamental na vida de qualquer profissional da fotografia.
Desenvolvidos na década de 1990, para substituir os disquetes – que tinham a gigantesca capacidade máxima de 1,5MB – os cartões de memória são menores, mais potentes e permitem um armazenamento bem maior. E acompanhando a evolução das câmeras, as empresas também têm investido bastante na tecnologia desses pequenos apetrechos.
Hoje, temos no mercado diversas marcas, modelos e especificações diferentes, e fica muito fácil se confundir com tantas opções. Por isso, vamos listar aqui as principais características que devem ser levadas em conta no momento da escolha.
Via de regra, o cartão de memória precisa ser avaliado de acordo com dois aspectos principais: velocidade e capacidade de armazenamento
O primeiro cartão foi lançado em 1994 pela SanDisk, um dos principais fabricantes de cartões de memória do mundo, e foi um Compact Flash (CF). Depois dele, vieram alguns outros como o Memory Stick, da Sony e o xD, da Olympus, que não vingaram. E cinco anos depois, veio o Secure Digital (SD) que predomina no mercado até hoje.
Em 2004, surgiram os cartões de alta capacidade, com o lançamento do SDHC (Secure Digital High Capacity). Desde então, o desenvolvimento tem sido cada vez mais frenético em função de uma nova exigência notada: gravar vídeos de alta qualidade em câmeras fotográficas. Assim, em 2010, o mercado foi agraciado com os primeiros cartões SD e CF capazes de gravar vídeos em full HD. E atualmente, com a resolução 4K, surgiram os tipos XQD e o Cfast.


VELOCIDADE
Atualmente, a velocidade ultrapassa os 90MB/s, e pode estar especificada tanto na embalagem quanto no próprio produto e é apresentada para a leitura (read) e para a gravação (write) dos dados no cartão.
Em geral, essa especificação refere-se à velocidade máxima que o cartão pode atingir. No entanto, essa capacidade não pode ser sustentada por mais que alguns segundo, então é perigoso contar com ela para trabalhos mais demorados, como um disparo contínuo ou gravação de vídeos mesmo (principalmente em qualidade altíssimas, como o 4K, disponíveis em modelos de câmera mais recentes). Para lidar com isso, os fabricantes criaram faixas de operação, indicando qual é a velocidade mínima que o cartão oferece. Essas faixas variam entre 2 (2MB/s) a 10 (10MB/s) ou ainda de U1 (10mb/S) a U3 (30MB/s).
Há também as classes de elevada capacidade máxima de transferência: UHS-I e UHS-II, que operam em taxas de até 104MB/s e 312MB/s, respectivamente.


No entanto, esses tipos só valem à pena se usados em câmeras de qualidade equivalente. Caso contrário, toda essa capacidade do cartão é em vão.
Para o cartão CF, ainda, é bem comum uma outra classificação para indicar a velocidade máxima em relação à velocidade-padrão de leitura de áudio em um CD, de 150KB/s. Isso significa que um cartão de 800x é capaz de transferir até 120MB/s, e assim por diante. Hoje, esses cartões já estão muito próximos do limite de velocidade que a sua tecnologia sustenta, porém eles ainda são vantajosos pelo fato de que a velocidade de transferência média deles é muito mais próxima do limite máximo do que nos cartões SD.
Do mesmo jeito que um cartão muito bom só é útil para ser usado em uma câmera muito boa, o contrário também é verdadeiro: Uma câmera boa requer um cartão bom.
Em algumas câmeras, um disparo contínuo em RAW pode facilmente ultrapassar os 15MP, exigindo muito mais do cartão do que a gravação de um vídeo, porque a resolução de apenas uma imagem é muito superior à dos frames. Dessa forma, é bom entender que um bom cartão maximiza o desempenho da câmera. Muitas vezes, a câmera não funciona muito bem nesse modo pois o cartão que está sendo usado não tem a velocidade adequada para processar o arquivo recebido, e aí fica “travando”.

CAPACIDADE  &  SEGURANÇA
Os modelos mais recentes dos tipos CF, SDXC, Cfast e XQD têm capacidade de até 512GB. E tecnologias como a do cartão SD ainda têm espaço para crescimento e chegarão, provavelmente, aos 2TB, com o tempo.


No entanto, por questões de custo e de segurança, muitos fotógrafos optam por trabalhar com vários cartões de memória com capacidade inferior ao invés de usar apenas um ou dois cartões de capacidade maior. Pois, em caso de pane, quebra ou perda de uma unidade, o trabalho feito não se perde totalmente.
Esse temor é resquício da desconfiança pelo desempenho dos cartões antigos. No início, essa tecnologia sofria muito com falhas e era bem mais suscetível a panes. Mas isso foi aprimorado ao longo dos anos.
Atualmente, o mercado disponibiliza uma vasta gama de marcas. Algumas das mais estabelecidas no segmento são: SanDisk, Kingston, Lexar e Delkin. Cada uma tem as suas próprias especificações de durabilidade e garantia.

VIDA ÚTIL DO CARTÃO
Cuidados no armazenamento, na inserção e na retirada do cartão ampliam a vida útil do produto. Uma inserção inadequada pode não somente danificar o cartão como também a interface da câmera. Quanto ao armazenamento, há cases específicos que protegem e organizam os cartões, e fica mais fácil saber qual já foi utilizado e qual não.
Para o caso dos cartões vazios, o mais indicado é formatá-los diretamente na câmera. Esse procedimento é melhor do que apagar todos os arquivos pela câmera ou pelo computador ou do que fazer a formatação pelo computador. Isso porque a formatação ajuda a reorganizar o sistema de arquivos do cartão para atender às necessidades daquele equipamento no qual ele será usado, e assim, evitar erros na gravação dos arquivos.
Algumas marcas, como a Lexar e a SanDisk, oferecem, junto com seus cartões de uso profissional, softwares de recuperação de arquivos que permitem a restauração de informações previamente gravadas em situações de erros ou danos.

OS PRINCIPAIS TIPOS DE CARTÕES
Agora vamos detalhar melhor a especificação de cada tipo de cartão citado no texto.
Secure Digital (SD): É o tipo mais comum atualmente e a tecnologia tem evoluído com as câmeras. Dividem-se entre SD (mais antigos e limitados à capacidade de 2GB), SDHC (chegam a 32GB) e SDXC (chegam até 512GB). Quanto à velocidade, os dois últimos são mais velozes, mas o SDXC é mais resistente.
Micro SD: usados em câmeras e aparelhos menores (smartphones e tablets). É a versão do SD em miniatura. A velocidade e a capacidade não ficam atrás.
Compact Flash (CF): apresentam alta durabilidade e resistência, mas não têm muito mais para onde evoluir em termos de velocidade e capacidade. A tendência é que eles deixem de existir.
XQD: são os substitutos oficiais do CF, por oferecerem velocidades máximas de transferência bem superiores. E ainda são menores e mais robustos que os SD. Atualmente, modelos mais avançados conseguem ler dados a uma taxa de 400 MB/s e gravar informações a 350 MB/s. As especificações garantem que fotógrafos usem o recurso contínuo (burst) sem problemas. A desvantagem é que esse cartão apresenta uma tecnologia ainda muito avançada para as câmeras e o preço é bastante elevado.
CFast: representam uma das mais avançadas tecnologias. A velocidade de gravação pode chegar a 450MB/s e a de transferência, 525MB/s.

-Por Vivian Kuppermann Marco Antonio

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