Benvindo à área de conteúdo do site do fotógrafo e educador Danilo Russo. O texto aqui apresentado foi originariamente publicado no PhotoMag, blog de conteúdo do IIF – Instituto Internacional de fotografia. Texto e pesquisa: equipe IIF.
UMA LENTE PARA CADA OCASIÃO
Sabemos que o que define o enquadramento em uma fotografia é essencialmente a combinação entre o nosso posicionamento e a distância focal da lente. Quanto mais perto estamos do assunto fotografado, maior o tamanho dele no quadro; quanto maior a distância focal da lente, maior o tamanho do assunto no quadro também; mas, embora os dois procedimentos aumentem a imagem, aproximar-se do assunto certamente não produz o mesmo efeito visual que usar uma lente mais longa.
Quando nos posicionamos a uma determinada distância de um objeto, assumimos um ponto de vista, definimos uma perspectiva. Essa perspectiva estabelece um relacionamento entre as proporções dos objetos visualizados. Ao aumentar a distância focal usada, trocando uma 50mm por uma 100mm, por exemplo, esse relacionamento permanece o mesmo; apenas estamos utilizando um ângulo de visão menor, o que aumenta a imagem. Agora, quando optamos por nos aproximar do objeto para aumentar seu tamanho do quadro, estamos alterando a perspectiva. A partir de outra posição, o relacionamento entre as proporções dos objetos muda, o que nos dá um controle extensivo sobre essas proporções.
Essas associações entre distância e ângulo de visão fazem com que certas tarefas sejam mais fáceis de cumprir com determinadas lentes. Cada lente tem sua própria identidade: ela produz uma imagem única, com uma combinação muito particular de nitidez, desfoque, ângulo de visão, distorção e possibilidade de movimentos.
Por conta dessas características, cada uma delas se torna apropriada para alguns tipos de uso em detrimento de outros. Saber escolher a lente certa para cumprir uma determinada tarefa é uma habilidade importante a ser desenvolvida pelo fotógrafo.
E a seguir está a classificação delas com suas aplicações:
Arquitetura e interiores
A arquitetura tem dois desafios a serem resolvidos pelas lentes: enquadrar grandes construções e espaços restritos e apresentar o mínimo de distorção no quadro resultante. Frequentemente as lentes mais usadas serão grande angulares entre 17mm e 28mm, algumas vezes com o recurso de correção de perspectiva. É trabalhoso fazer todas as correções e posicionamentos necessários, então um tripé é um recurso altamente recomendado. Procure pelas lentes mais nítidas do seu fabricante favorito – a qualidade de imagem varia muito nas grande angulares, especialmente nas bordas, e alta definição é uma característica muito mais desejável do que aberturas máximas elevadas nas lentes para arquitetura.
Retrato
Já o problema a ser solucionado no caso do retrato é outro: é necessário preencher o quadro sem distorcer as proporções da face, tendo cuidado ao calcular a distância focal que será necessária. Closes são melhor executados com teleobjetivas ou teleobjetivas curtas, entre 85 mm e 135 mm. Já retratos em plano americano ou figura inteira podem ser feitos com uma objetiva 50 mm sem problemas. Retratos ambientados, em que o retratado ocupa um espaço menor no quadro para que se registre o ambiente em que ele está, frequentemente são elaborados com objetivas de 35 mm. Lentes mais angulares podem ser utilizadas, mas exigem alguns cuidados especiais, como manter o retratado próximo ao centro da lente. Lentes claras (com aberturas máximas elevadas, como f/2.8, f/1.4) também oferecem a possibilidade de trabalhar com profundidades de campo limitadas, característica muito comum em retratos.
Esportes e Natureza
A principal característica da fotografia de esportes e natureza é que a câmera normalmente fica posicionada bem distante do assunto desejado: não é permitido fotografar um jogo de dentro do campo, muito menos aproximar-se de animais ferozes ou aves, então teleobjetivas longas se fazem extremamente necessárias: dos 200mm aos 400mm é a faixa mais popular, e algumas vezes distâncias focais ainda maiores são exigidas. O recurso de estabilização de imagem é praticamente obrigatório, assim como os monopés, que oferecem apoio adicional sem comprometer a mobilidade como fazem os tripés.
Macro
Entre as exigências para o trabalho com macrofotografia estão um alto grau de nitidez e a possibilidade de gerar imagens em foco a uma distância extremamente pequena; lentes macro existem em várias distâncias focais, mas as mais comuns são as de 50 mm e 100 mm. Tubos de extensão (que reduzem a distância mínima de foco com pequeno prejuízo da luminosidade), tripés e flashes específicos para macrofotografia também fazem parte do arsenal do fotógrafo especializado neste ramo.
Fotojornalismo e Eventos
Em fotojornalismo e eventos, a agilidade e versatilidade são os requisitos principais para uma boa foto. Raramente é possível estar no local e hora exatas, a luz dificilmente é intensa o suficiente e não há muito tempo para trocar de lentes, então as mais apropriadas costumam ser as objetivas zoom claras, normalmente em jogos (como a 24-70 f/2.8 associada à 70-200 f/2.8), às vezes colocadas em mais de uma câmera. Flashes dedicados também são ferramentas valiosas para esse gênero de fotografia.
-Por Vivian Kuppermann Marco Antonio
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